terça-feira, 5 de junho de 2012




A Fuga de Triggon 


 Triggon estava preso, acorrentado nú em uma das cidades aladas elficas. Sem comer a dias, e sem dormir por causa da humilhação, isso acendia a fornalha do ódio que queimava dentro dele.

 Se algum dos covardes que o prenderam sob aqueles selos mágicos pudessem ver seu rosto agora, veriam um sorriso diferente, marcado pelo chama da vingança. Seu corpo, criado para o labore da matança e destruição aos poucos se definhava pela condição hostil que enfrentava. Do alto da torre de seu cárcere, uma pequena e delicada borboleta negra desceu até seu ombro. Era Allyn, uma de suas esposas, conhecida como “a Rainha dos Mortos”.


 A mesma sussurrou em seu ouvido: - Liberte-se. As correntes se soltaram, os selos mágicos sobre seus pés foram destruídos. E Triggon gritou para o Céu, pai e deus criador de sua raça, para que preenchesse seu coração de fúria, e que o sangue inflamasse mais uma vez.


 A resposta veio em forma de trovão, que anunciava uma tempestade que nenhum de seus captores, exímios navegantes dos céus, podiam prever. O bárbaro puxou suas correntes das paredes, soltando-as de suas amarras, o que havia prendido ele, seria a chave para sua fuga, antes corrente para o prender, agora sua arma de fuga. Um chute frontal na porta dupla da torre que o prendia o libertou para o pátio da cidade alada. Os elfos, orgulhosos de sua magia prodigiosa criaram um terreno mágico voador, e povoaram ele, liderando desses enormes colossos ataques contra pequenos povoados que ainda se agarravam em sua liberdade de não obedecer o império elfico.



No pátio, duas ou mais dezenas de soldados da elite do império estava aguardando o fugitivo. Assustados pelo tamanho do adversário, pela forma que envergara mesmo depois de semanas de prisão, e de como sua mágica selvagem atacava a cidade, com ventos fortes e raios.


 Triggon queria fazer a sua parte para aquela lenda, derrubaria a cidade. Sabia que com a benção do Pai Céu todos os arquimagos elfos estavam agora no centro da estrutura impedindo que a mesma ruísse ou fosse ao chão. E isso era ótimo, em combate, a elite elfica não poderia representar nenhum perigo a ele. A corrente girou por cima de sua cabeça, e foi lançada em direção ao capitão da guarda, que assustado, tentou bloquear o ataque, fazendo com que a corrente se enrolasse em seu braço. Agora a corrente se transformara em uma arma mais perigosa, com um elfo na ponta contundindo os outros defensores. O elfo fora arremessado pela corrente em cima de seus aliados, pernas e braços torcidos criando formas semelhantes a sua volta.

Elfos eram altos, magros, inteligentes, conheciam a alta magia, possuiam uma cultura muito avançada, e isso tudo, de nada servia contra Triggon, que esmagava os lindos capacetes de metais preciosos com seus pés nus, e seu punho atravessava facilmente o peitoral verde claro da armadura da elite do império. Havia uma torre além do pátio, e fora escolhida como próximo alvo a ser destruído. A corrente manejada por Triggon com os restos do capitão da guarda foi arremessada contra a torre marfim, da orgulhosa arquitetura elfica. O bárbaro puxou, e sentiu que a destruição era possíve, então colocou toda sua força na empreita, até ver ceder a torre.


 Era ela que guiava a cidade alada nos céus, era de onde a energia mística elfica realizava o enorme feito de elevar uma cidade inteira aos céus. Triggon ouviu isso de um guarda a 4 ou 5 noites atrás, enquanto conversavam em seu turno de guarda na masmorra. Agora a cidade desmanchava ao seu redor, e perdia altitude rapidamente.

 Triggon fora prescipitado e não pensara em sobreviver ao ataque, agira afinal de contas como seu povo fazia. Com o coração, deixando o cérebro cuidar somente da batalha. Ele riu mais uma vez, enquanto seus captores desesperados buscavam uma forma de sobreviver ao inevitável: Triggon pousou a morte na cidade alada dos elfos.

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